Havia alguns meses, como jovem empreendedor que é, iniciou um novo negócio. Tão logo cogitou a ideia, seu primeiro pensamento foi elevado a Deus: "Abençoa-me, Senhor. Continuarei sendo fiel no dízimo e quero fazer um pacto contigo. Devolverei mais cinco por cento sobre o faturamento."
Deus foi fiel. Os negócios, desde seu início, estavam indo muito bem. Claro, havia as dificuldades de qualquer empreendimento, mas, em diversas situações, Haroldo sentiu a mão de Deus guiá-lo em decisões importantes.
O dízimo e o pacto eram devolvidos com alegria, com sensação de "dever cumprido" e, principalmente, com gratidão.
Foi assim até esse último mês. A empresa teve despesas maiores e os pagamentos quase não conseguiram cobri-las. Crente de que até o fim do mês tudo seria resolvido, Haroldo pagou as dívidas primeiro, não separando os valores do dízimo e do pacto.
Nada se resolveu. Há uma semana, mesmo com todas as dívidas pagas, Haroldo não conseguia dormir tranquilo. No dia seguinte, haveria culto e ele não tinha dinheiro para devolver o pacto.
Puxou a cadeira para perto da mesa e abriu o talão de cheques. Nele preencheu o valor exato de seu débito de fidelidade com Deus.
"Um cheque sem fundos", pensou e sorriu sozinho. "Vou devolver meu dízimo com um cheque sem fundos."
Destacou o cheque e o colocou no envelope da tesouraria da igreja. Restava saber como iria cobrir aquele cheque até segunda-feira. Mas não iria pensar naquilo agora, pois era sábado e, de repente, uma paz havia tomado conta de seu coração. Mesmo com um cheque sem fundos - que foi guardado dentro da Bíblia - sentia como se seu débito estivesse quitado.
Dormiu um sono tranquilo e, no dia seguinte, o envelope com o dízimo e o pacto foi para a salva da igreja. Não houve receios, nem arrependimento, apenas conforto e uma voz sussurrante em sua consciência "Você cumpriu sua parte. Foi fiel."
Após o pôr do sol daquele sábado, Haroldo contou à esposa:
- Devolvi meu pacto hoje.
- Que bom - disse Daniela e sentou-se ao lado do marido. - Você não me falou que haviam feito pagamento para você essa semana.
- E não fizeram. Entreguei um cheque sem fundos na salva.
- E como você vai cobrir o cheque? - perguntou ela, com voz serena.
- Segunda, na primeira hora, estarei no banco. Vou pedir um empréstimo.
- E você está com crédito no banco?
- Não, mas Deus sempre dá algum crédito para nós, não dá?
Daniela concordou acenando com a cabeça. Não importava como seria no primeiro dia útil, Haroldo estava em paz naqueles dias. Dormiu tranquilo novamente, ficou com os filhos, praticou seu esporte preferido.
Na segunda-feira, Haroldo chegou cedo ao banco. Conversaria com seu gerente e não tinha dúvidas: conseguiria o valor para que aquele cheque não voltasse.
No autoatendimento, retirou um extrato da conta e, apressado, entrou no banco, sentando-se à espera. Para passar o tempo, olhou o papel. Havia um número que não esperava ver no saldo. Tinha dinheiro mais que suficiente para cobrir o cheque.
Surpreso, Haroldo correu o dedo nas diversas entradas e saídas do extrato, procurando onde estava o depósito salvador. Encontrou e sorriu. Uma empresa havia adiantado quinze dias o pagamento de um contrato.
- Sr. Haroldo - Chamou o gerente e o jovem levantou-se; com cara de bobo olhava para o extrato e para o bancário. - Posso ajudar?
- Acho que... Quero dizer... Bem... Hoje não. Tenha um bom dia - estendeu a mão e cumprimentou vigorosamente o gerente, dando-lhe três tapinhas no ombro.
Saiu para o dia radiante. Deus lhe havia feito um adiantamento. Lembrou-se que, nas próximas vezes, deveria fazer o mesmo com seu dízimo e pacto.
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Nota do autor: Embora eu escreva contos ficcionais, esta história foi inspirada em um amigo, de nome Haroldo Jr., empresário no Estado de São Paulo. Ele, de fato, tinha um pacto com Deus e deu um cheque sem fundos para devolver o dízimo e cumprir o pacto. O Haroldo me contou que estava muito preocupado em não estar sendo fiel naquele mês, mas que, ao provar sua fé, ficou incrivelmente maravilhado com o resultado da providência divina, adiantando um pagamento que só ocorreria depois de alguns dias. Vale a pena confiar!
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