Com a atual realidade virtual que nos certa, existe uma nova espécie de amigo: o virtual. Aquele que conhecemos apenas através de contato por email, chats, sites de relacionamento, ou programas de conversa instantânea. Nunca o vimos pessoalmente e, muitas vezes, conversamos com ele apenas através da comunicação escrita. Sequer uma conversa por microfone foi ensaiada.
A internet doméstica tem evoluído muito nos últimos cinco anos. No começo, havia a tal conexão dial-up. Lembro-me que eu aguardava até a meia noite para ligar minha internet, pois depois desta hora cobrava-se apenas “um pulso”. Hoje a internet de banda larga e a via rádio estão revolucionando, pois têm preço acessível para várias classes sociais. A maioria das empresas possui internet disponível para seus funcionários – e nem sempre os bloqueios de acesso são obedecidos – o que nos faz cada vez mais integrantes do mundo virtual e, certamente, nos dá acesso a algum tipo de amigo ou, pelo menos, um contato virtual, sem conhecer, de fato, a pessoa com quem estamos nos relacionando.
Este mundo virtual me foi apresentado mais ou menos em 1998, quando acessei pela primeira vez uma sala de bate papo. De lá para cá, evolui junto com minha conexão, me relacionando com diversas pessoas do meio virtual, em busca de amigos com interesse nas mesmas áreas que eu.
Por um bom tempo fiquei preso ao universo de jogos virtuais, onde ocorreu um “boom” em meus contatos com novos amigos que viviam do outro lado da tela. Formávamos guildas, grupos, clãs e algo que alguns até mesmo chamam de família. Pode até soar estranho, mas um grupo de jogadores on line em muito se assemelha a uma família: brigam, riem, reconciliam e se defendem mutuamente.
Desta época, ainda tenho em meus contatos grandes amigos virtuais. Falamos-nos constantemente, sempre trocando informações sobre as novidades de nossas vidas, já que vivemos muito longe uns dos outros (tenho amigos virtuais nas mais diversas localizações do país). Um desses amigos, inclusive, foi quem me incentivou a escrever meu primeiro livro. O nome dele – Felipe Oliveira – está na lista de agradecimentos do Além da Magia.
Mas não parei ai. Como a gente cresce – e eu já estava bem crescidinho quando comecei a brincar de internet – passei a fazer contatos profissionais e, mais uma vez, conheci pessoas especiais.
Aliás, a título de exemplo, TODOS os contatos que fiz com o pessoal da Casa Publicadora Brasileira para envio, avaliação e, depois, a efetiva contratação do livro Além da Magia e os outros que vieram depois, forram por email. Nem por telefone conversei com nenhum deles, a não ser quando fui adquirir uns exemplares do meu livro na loja da Casa; esta foi a primeira vez que falei com alguém da CASA. Depois de dois anos de contatos por email, finalmente tive o prazer de conhecer pessoalmente o Michelson Borges (que é uma dessas pessoas que posso considerar como amigo virtual), pois em agosto visitei a editora.
Enfim, fiz vários contatos no universo internético e posso dizer que é possível ter um bom relacionamento com pessoas que nunca vimos, mas há alguns cuidados essenciais que eu gostaria de ressaltar:
CUIDADOS COM AS AMIZADES VIRTUAIS:
1) Evite passar email ou qualquer tipo de dados e informações de contatos em chats. Geralmente as pessoas usam nomes falsos em salas de bate papo. É um local onde é simplesmente impossível saber quem é uma pessoa real ou quem é um fake (falso); quem tem boas intenções e quem tem más intenções. Se você gosta de chat, freqüente-o, mas jamais forneça qualquer dado pessoal seu;
2) Relacione-se com pessoas que você sabe quem são. Amigo de um amigo; contato real de um site de relacionamento onde você vê fotos e outros contatos normais; etc. Você tem que ter uma noção mínima de que esta pessoa existe de verdade e tem uma vida real;
3) Não se relacione com fakes. Fakes são perfis falsos de pessoas que não revelam sua real identidade na internet. Por que essas pessoas se escondem? Ou por causa de suas intenções na internet ou porque realmente têm algo para esconder (como um homem casado, por exemplo, que tenta passar por um jovem solteiro). Quando acesso a internet, seja email, bate papo, Orkut, etc, o faço com meu nome. As pessoas sabem quem sou e exatamente quais são meus interesses, bem como sabem que sou pai de duas crianças e casado. Pessoas que usam a possibilidade de anonimato no mundo virtual é porque suas intenções não são as melhores; assim, se disfarçam numa máscara de um perfil fake;
4) Se você é menor de idade, converse com seus pais sobre seus contatos virtuais. É imprescindível que eles saibam com quem você se relaciona no mundo internético. Aceite as orientações deles e permita que eles também conheçam seus contatos;
5) Se você é casado, não tenha um perfil ou email alternativo (fakes). Uma pessoa comprometida deve revelar, na primeira oportunidade, qual sua situação conjugal, pois nunca sabemos, de pronto, qual o real interesse da pessoa da outra tela. O uso de perfis alternativos pode fazê-lo cair na tentação de mentir sobre seus dados e não custa lembrar que internet, se não nos cuidarmos, é tentação ao alcance de um clique;
6) Quanto a namoros virtuais, se me permitem emitir minha opinião, prefira o método tradicional, onde você realmente conhece a pessoa e pode se relacionar “de verdade” (inclusive descobrindo detalhes essenciais para a futura vida do casal – já que esta deve ser a intenção maior de um casal cristão). Num namoro virtual você jamais conhecerá, de verdade, seu namorado ou namorada, pois se isto já é difícil até mesmo no método tradicional, imagine quando não há qualquer espécie de convivência com o parceiro/a;
7) E, principalmente, relacione-se com o mundo real. Algumas pessoas usam a internet como fuga. Escondem-se atrás da tela e não se relacionam mais com amigos no mundo real. São sempre mais fáceis e mais descomprometidos os contatos virtuais. Você os acessa quando quer e passa para eles a imagem que quer, bem como alguns se sentem mais a vontade em desabafar sobre assuntos que jamais conversariam olhando no olho; aliás, esta é outra facilidade, já que depois da conversa basta desligar o computador, sem precisar encarar a pessoa com quem desabafou. Existe um mundo do outro lado da tela, não se esqueça disto. Relacione-se com pessoas reais e não ache que só existem amigos de verdade na internet. Não seja covarde, viva também no mundo real.
Enfim, é possível termos bons relacionamentos virtuais, mas tome cuidados para que você esteja se relacionando com uma pessoa de verdade do outro lado da tela e que ela tenha interesses em comum aos seus. Não se relacione com perfis falsos nem dê muitos dados em suas primeiras conversas, prezando sempre em ter alguma indicação prévia antes de começar a ter um amigo virtual.
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