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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

PAPAI NOEL EXISTE

Há alguns anos, minha filha Lívia chegou com o maior bico em casa:

- Minha “prô” falou que Papai Noel não existe – disse ela, se jogando de braços cruzados no sofá da sala.

O Kalel, meu filho mais novo, assistia tudo de olhos arregalados, esperando que eu confirmasse se aquilo era verdade ou não.

Eles tinham vivido alguns natais bem gostosos em família. Presentes apareciam debaixo da árvore de natal, dias antes das festividades; recebiam e escreviam cartas e até já haviam conversado com o Noel pelo telefone; nas noites de véspera, ouviam risadas do Papai Noel, sinos que tocavam em algum lugar, mas nunca conseguiam ver o velho homem. Enfim, tinham muitos sinais de que ele, de alguma forma, existia, mas agora a professora da Lívia me aparecia com essa façanha.

Sentei-me ao lado dos meus filhos e perguntei:

- O que é o natal?

- É o aniversário de Jesus – respondeu a Lívia, ainda de bico.

Minhas crianças sabiam exatamente o que significava o natal, mas não compreendiam exatamente aquela figura misteriosa que chamávamos de Papai Noel.

Depois de uma pausa, eu disse:

- Vocês vão conhecer o Papai Noel no natal.

- Ele existe? – perguntou o Kalel, esperançoso.

- Sim – respondi sem rodeio.

- Mas a “prô” disse que ele não existe – refutou a Lívia, cética.

- Não existe na casa dela. Na nossa, ele existe. Neste ano vocês vão conhecer e saber quem é o Papai Noel da nossa casa.

A euforia pelo Natal voltou. Meus pequenos ficaram mais que ansiosos, me enchendo de perguntas e mais perguntas sobre o misterioso Noel.

Os dias foram avançando e iniciamos as brincadeiras de natal (com pequenas coisas aparecendo na árvore e com recados sendo trocados).

Finalmente chegou a esperada noite.

Durante o jantar, as crianças estavam eufóricas e atentas a cada som de toda a casa. Finalmente um deles gritou:

- Eu acho que vi PAPAI NOEL!

Sim. Lá vinha ele. Roupa vermelha, barba branca, sacola de presentes nas mãos.

Papai Noel abraçou as crianças. Sentou-se com elas e contou histórias. Ah, ele reclamou que tinha pisado no cocô de uma rena. Meus filhos passaram quase meia hora conversando com o bom velhinho, até ele se despedir.

Dormiram alegres, mas ainda curiosos: Quem era o Papai Noel?

A manhã seguinte foi o dia da revelação. Antes perguntei:

- Papai Noel existe?

- Sim! – responderam juntos.

- E quem ele é? – questionei.

Ninguém disse nada (embora a expressão da carinha sapeca do Kalel revelava que ele sabia mais do que estava disposto a dizer).

Junto com minha esposa, Elisa, levei os dois para o quarto. Retirei a roupa de Papai Noel (adquirida para aquela data especial da revelação) e coloquei sobre a cama.

- Eu e a mamãe somos o Papai Noel de vocês. Tudo o que acontece no fim de ano nesta casa é organizado por nós dois. Jesus nos abençoou com dois filhos maravilhosos e nós retribuímos isto contando sobre o nascimento dEle neste mundo e presenteando nossos filhinhos com tudo o que há de melhor em nós.

Minha filha nos abraçou. Emotiva, ela chorou. O Kalel, mais palhaço, só disse um “Eu já sabia!” e saiu dando risada.

Em nossa casa, sabemos o que é o Natal. Sabemos o que devemos comemorar nesta data: o nascimento do nosso Salvador. Aproveitamos as festividades para agradecer o que temos, para fortificar nossos laços familiares, para comemorar o dom da vida, para espalhar a alegria e o amor àqueles que estão mais próximos.

Continuamos, todo ano, brincando de Papai Noel. Minhas crianças continuam entrando nessa brincadeira gostosa, ficando ansiosas para verem o bondoso velhinho e fingindo que não sabem quem está por trás da barba branca de algodão.

Neste ano, Papai Noel estará, novamente, em minha casa, pois, ali, ele existe e tem pelo menos dois nomes: Denis e Elisa, os pais da Lívia e do Kalel.

Feliz Natal a todos.








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