Ilustra Cartoon - Revista Nosso Amiguinho Agosto de 2010 |
Assim que soou o sino do intervalo, Tales abriu a mochila, pegou a lancheira e saiu correndo para o pátio da escola, olhando desconfiado para todos os lados. Não queria correr o risco de encontrar Leonardo, o valentão da escola que sempre lhe roubava o lanche. Caminhou com a lancheira bem escondida entre os braços, procurando algum canto quieto e sossegado para saborear o bolo com cobertura de calda de chocolate com coco ralado que a mamãe mandou. Só de pensar, ficou com água na boca.
Foi se esquivando do bando de garotos e garotas que corriam com gritos estridentes pelo pátio, até sair de toda aquela algazarra e ir para trás do prédio de aulas, no canto da quadra de esportes que estava vazia. O lugar era perfeito.
O garoto abriu a lancheira com olhos cobiçosos. Quando foi pegar o bolo, ouviu um chiado de choro, que vinha do outro lado da quadra, num canto ainda mais escondido.
Tales tremeu ao reconhecer quem estava agachado, com a cabeça oculta entre as pernas. Era Leonardo. Fechou rapidamente a lancheira e começou a dar cuidadosos passos para trás, temendo que o valentão notasse sua presença e roubasse seu bolo.
Mas Tales parou. Por que Leonardo estaria chorando? Ele é o fortão da
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escola. Bate, rouba e coloca apelidos em todo mundo. Por um breve momento, Tales sentiu certo prazer em ver o valentão chorando, mas não foi assim que seus pais lhe ensinaram.
Sem saber por que, Tales começou a caminhar em direção a Leonardo que, ao perceber sua presença, levantou o rosto amassado e vermelho e esbravejou:
- Sai daqui, Luneta Vareta! – este era o apelido que ele havia colocado em Tales, pois era magro e usava óculos.
- Quer lanchar comigo? – perguntou o garoto com a voz trêmula.
- Se eu quiser seu lanche eu o pego inteiro – Leonardo falou e afundou a cabeça entre os braços.
Tales sentou-se ao lado dele. Dividiu o bolo e esticou um pedaço para Leonardo que olhou desconfiado.
- Por que você está aqui? – perguntou o valentão pegando o bolo.
- Você parece triste. Está precisando de alguma coisa?
Leonardo estranhou, pois nunca tinha sido tratado daquele jeito. Sempre foi estúpido com todos os alunos, batendo, ameaçando, roubando, apelidando. Poderia alguém se preocupar com ele? Nem seus pais cuidavam dele direito, ninguém queria ficar perto dele e, por isso, estava tão triste.
Uma lágrima rolou de seu rosto quando mordeu o bolo e disse com a boca cheia:
- Acho que preciso de um amigo.
- Eu posso ser, se você parar de me bater e perseguir. E tenho certeza que outros alunos também vão querer se aproximar se você mudar de atitude.
Tales se levantou e estendeu a mão. Leonardo limpou a boca com a manga da camisa. Tinha uma grande jornada pela frente, para aprender a tratar bem as pessoas, mas, naquele momento, apenas esticou a mão e foi levantado pelo primeiro grande amigo que teria para o resto de sua vida.
Sem saber por que, Tales começou a caminhar em direção a Leonardo que, ao perceber sua presença, levantou o rosto amassado e vermelho e esbravejou:
- Sai daqui, Luneta Vareta! – este era o apelido que ele havia colocado em Tales, pois era magro e usava óculos.
- Quer lanchar comigo? – perguntou o garoto com a voz trêmula.
- Se eu quiser seu lanche eu o pego inteiro – Leonardo falou e afundou a cabeça entre os braços.
Tales sentou-se ao lado dele. Dividiu o bolo e esticou um pedaço para Leonardo que olhou desconfiado.
- Por que você está aqui? – perguntou o valentão pegando o bolo.
- Você parece triste. Está precisando de alguma coisa?
Leonardo estranhou, pois nunca tinha sido tratado daquele jeito. Sempre foi estúpido com todos os alunos, batendo, ameaçando, roubando, apelidando. Poderia alguém se preocupar com ele? Nem seus pais cuidavam dele direito, ninguém queria ficar perto dele e, por isso, estava tão triste.
Uma lágrima rolou de seu rosto quando mordeu o bolo e disse com a boca cheia:
- Acho que preciso de um amigo.
- Eu posso ser, se você parar de me bater e perseguir. E tenho certeza que outros alunos também vão querer se aproximar se você mudar de atitude.
Tales se levantou e estendeu a mão. Leonardo limpou a boca com a manga da camisa. Tinha uma grande jornada pela frente, para aprender a tratar bem as pessoas, mas, naquele momento, apenas esticou a mão e foi levantado pelo primeiro grande amigo que teria para o resto de sua vida.
***
Em outubro deste ano (2011) visitei o Colégio Adventista de São Francisco do Sul (CASFS) e assisti uma representação teatral do conto O VALENTÃO, realizada pelos alunos do 5º ano.
Na oportunidade, filmei a apresentação e o resultado segue abaixo.
Um comentário:
Muito legal, amei o video.
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